Análise: Em julho a variação do IPCA foi de +0,38%, sendo impactada principalmente pelas categorias de Transportes (+1,82%) e Habitação (+0,76%). A inflação acelerou em comparação com o mês de junho (+0,21%) e na comparação ao mês de julho de 2023 (+0,12%). No ano, a variação do índice é de 4,50%, acima do mesmo período do ano anterior (+3,99%) e segue uma tendência de alta nos últimos quatro meses.
As quatro medidas de núcleo acompanhada por este blog aceleraram e a média foi de 0,48%, quarenta bps acima do mesmo período do ano anterior (0,09%).
Na abertura do número, os preços livres tiveram variação marginal quando comparado com junho de 2024 (+0,14% e +0,16% respectivamente), mas devido a uma base menor em julho de 2023 (+0,01%), em doze meses, o indicador acelera para 3,62%, ante 3,48% em junho. O subgrupo de Alimentação no Domicílio (-1,51% em julho) conteve o avanço do grupo de Alimentos, já que o subgrupo de Alimentação Fora do Domicílio segue resiliente. Em contrapartida, as medidas de inflação de serviços desancoraram da meta e em doze meses já se situam ao redor de 5%
Por outro lado, a inflação de preços administrados atingiu o patamar de 7,04% em doze meses após acelerar 1,08% em julho, impactada principalmente pelo avanço da gasolina (+3,15%).
Opinião: A economia segue dando sinais de aquecimento e a abertura do número não sugere que o Banco Central possua espaços para flexibilização da política monetária. A inflação de serviços subjacentes, que são mais intensivos em mão de obra e correlacionados com o ciclo econômico, permanece ao redor de 5%. Os bens industriais, que historicamente estavam removendo a pressão do headline, começaram a acelerar e o efeito pass-through já pode ser notado pela inflação da gasolina, que no ano segue consistentemente acima de 9%.