IPCA: Junho de 2024

Análise: Em junho a variação do IPCA foi de +0,21%, sendo impactada principalmente pelas categorias de Alimentação e Bebidas (+0,44%) e Saúde e Cuidados Pessoais (+0,54%). A inflação desacelerou em comparação com o mês de maio (+0,46%), mas avançou quase 30 bps em relação ao mês de junho de 2023 (-0,08%). No ano, a variação do índice é de 4,22%, acima do mês período do ano anterior (+3,16%) e segue uma tendência de alta nos últimos três meses.

As quatro medidas de núcleo acompanhada por este blog recuaram e apresentam-se no menor patamar dos últimos três meses,além de estarem abaixo do mesmo período do ano anterior.

Na abertura do número, os preços livres situam-se em 3,48% no acumulado de doze meses e mantêm a tendência de alta dos últimos três meses. A inflação de Alimentos acelerou, passando de 2,88% em junho de 2023 e 2,59% em abril de 2024 para 4,89% em junho de 2024, especialmente a alimentação no domicílio. A alimentação fora do domicílio se manteve estável nos últimos três meses (em média 4,33% no acumulado de doze meses, desde abril de 2024).

A inflação de serviços desacelerou em junho, variando apenas +0,04% e o acumulado em dozes meses passou de 5,09% em abril para 4,48%. A inflação de serviços subjacentes foi de 0,36% abaixo do mesmo período do ano anterior (0,67%), já os serviços ex-subjacentes, deflacionaram 0,41% em em contraste com uma inflação de +0,55% em junho de 2023.

Por outro lado, a inflação de preços administrados segue acima dos 6%, impactada principalmente pelo avanço da gasolina (+10,97%).

Opinião: A economia segue aquecida e mostrando mais efeitos da catástrofe no Rio Grande do Sul. A inflação de serviços permanece acima de 4% desde fevereiro de 2023, especialmente os serviços subjacentes, que são mais intensivos em mão de obra e correlacionados com o ciclo econômico. Já a inflação de alimentação no domicílio avançou de -2,0% em outubro de 2023 para 4,89% em junho de 2024; a tendência se aproxima de 5% e reforça os choques de Oferta e Demanda decorrentes da tragédia do Sul. Mantemos nossa previsão de que o Banco Central não alterará a taxa Selic neste ano.

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